domingo, 17 de outubro de 2010

A VIOLÊNCIA URBANA INVADE A VIDA DOS JOVENS?

Neste terceiro tema integrador, estamos desenvolvendo um debate em torno dos seguintes questionamentos:
  • Que tipo de violência nós jovens sofremos no dia-a-dia?
  • Quais são as possíveis causas dessa violência?
  • Quais atitudes geram violência?
  • Como lidar com esse problema?
Como situação desencadeadora, estaremos assistindo o filme "Tropa de Elite 2" (2010) no cinema. Será um programa diferente que reunirá professores e alunos de três núcleos do Projovem Urbano aqui em Juazeiro. Procuraremos discutir em sala de que (quais) formas essa violência se apresenta e como o problema foi tratado. Trabalharemos também a música "Cachimbo da Paz", de Gabriel Pensador, em forma de test-close, a fim de que eles possam atentar para as palavras que estão relacionadas com o grande tema "violência".

SÍNTESES INTEGRADORAS

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Meu Bairro, Meu território

Os textos abaixo foram escritos por dois alunos da turma E-10 que moram nas mediações do Bairro Triângulo - Juazeiro do Norte.

"Não posso falar de todo o bairro onde moro, porque não frequento todas as ruas dele. Mas o que conheço é que ele está numa situação precária, falta saneamento básico, o posto de saúde não funciona e o mercado não oferece nenhum tipo de higiene.
No meu território também tem suas qualidades, como bons vizinhos, pessoas hospitaleiras, muitas ofertas de emprego e boas referências de locomoção.Mas falta policiamento, calçamento em várias ruas e principalmente saneamento básico, pois os esgotos são a céu-aberto.
Se eu pudesse mudaria as ruas, construiria mais uma escola, uma creche, reformaria o mercado e ofereceria boas condições de funcionamento para o posto de saúde".

O. M.

"No bairro onde eu moro, conheço muitas coisas e lugares, só que tem muitas ruas que eu não sei o nome.
Minha comunidade é simples como as outras, mas eu costumo falar que onde eu moro tudo é muito pior, porque não tem saneamento básico. Os postos de saúde não são bem organizados, pois faltam médicos e as pessoas do bairro são muito mal atendidas ao chegar lá.
O único lugar mais agradável é a capela do bairro, os outros locais são muito movimentados, quanto ao movimento eu não vejo problemas, só que esse movimentos são por causa dos bares. No meu bairro a única coisa que mais tem são bares, a farmácia que tinha mais próxima fechou, escola tem algumas, só que não tem muita segurança. Eu gosto do bairro onde moro, eu não gosto é de como ele é administrado pela prefeitura.
Se eu pudesse mudar algumas coisas, primeiro começaria pela segurança, depois pelos postos de saúde, saneamento básico e outras coisas que precisam ser melhoradas, mas que agora não me recordo.
Na minha opinião, o meio não influencia a vidade de ninguém, você faz o que você quer."
J. W.

O que nosso aluno quis dizer, neste último parágrafo é que, embora o bairro onde mora seja considerado um bairro "marginalizado", isso não influencia em suas escolhas como cidadão de bem que é.
Gostaria muito que o administrador de nossa cidade acompanhasse o que nossos alunos pensam sobre sua administração, quem sabe ele não daria pelo menos um "norte" ao seu plano de governo.


MEU BAIRRO, MEU TERRITÓRIO

Neste segundo tema integrador da UF II, trabalhamos a história do bairro de nossos alunos. Discutimos sobre questões referentes às mudanças ocorridas ao longo do tempo no bairro onde moram e o que tem sido feito para melhorar a vida no lugar onde moram. Esses dados foram coletados através de uma pesquisa de campo, onde os alunos iriam entrevistar as pessoas que moram a mais tempo no bairro.
Procuramos também levar em conta quais são os laços afetivos que os prendem ao lugar onde moram, se eles pretendem se mudar para outro lugar. Essas perguntas foram respondidas através de uma produção textual, que tem como título o tema integrador.
Para  complementar essa temática, assistimos ao filme "A vila" (2004), um suspense norte-americano que retrata um modo de vida bem diferente daquele em que estamos inseridos. Cada um dos líderes da vila já sofreu com algum tipo de violência urbana e, por isso, isolam-se nessa vila a fim de fugir dos problemas da cidade. Entretanto, esso modo de vida é sustentado pelo terror e mentira com o intuito de encobrir a realidade comum e se afastar de uma sociedade violenta. Criaram uma comunidade “pura” e “inocente”, onde seus habitantes são humanos e imperfeitos, onde mais cedo ou mais tarde, o crime brota como uma realidade não transformada no coração e atos dos homens. Vale a pena assistir.
O tema deste filme agrega três temas das nossas aulas de Integração: um contraste com o tema Viver na cidade, a questão da identidade que a vila apresenta e a violência internalizada no indivíduo, usada para afugentar os jovens da cidade grande.

SÍNTESES INTEGRADORAS

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

A cidade que eu quero morar

Parque do Ibirapuera - São Paulo


Texto de Francisca Cássia - Turma B10

Na cidade que eu quero morar
Queria que tivesse mais segurança,
Mais trabalho para as pessoas!
Que todas as pessoas se respeitassem
Todo mundo em paz
Que as pessoas fossem mais amigas
Que não tivesse violência
Nem preconceito,
Desigualdade
E não fossem cheia de ambiciosos
Queria que os políticos não fossem tão
mentirosos!
Que não tivesse ladrão
Que a cidade tivesse mais paz e
que os desempregados não ficassem muito tempo
sem trabalho
A cidade que eu queria seria assim:
menos morte,
mais saúde pública,
mais melhoria por parte dos políticos
Eu queria uma cidade
onde os jovens não se drogassem
e nem se prostituíssem
E que todos eles estudassem para vencer
e ter um futuro de honestidade
e fossem todos cidadãos.


Viver na cidade

JUAZEIRO DO NORTE - CEARÁ
Fonte: http://www.ronaldocamacho.com.br/juazeiro-do-norte-a-meca-do-sertao/

Esse é o tema integrador que abre a Unidade Formativa I. Introduzimos esse tema em sala de aula através de uma roda de conversa sobre como se constitui a vida nas cidades, especialmente a nossa cidade de Juazeiro do Norte. Construímos, no quadro branco, uma grande cruzadinha, falando sobre as conquistas e os problemas que vivenciamos. Após essa dinâmica, foi proposto aos alunos que descrevessem como seria "a cidade dos sonhos" deles. Mais tarde, postaremos algumas dessas produções.

Trabalhamos em sala de aula um texto "No começo era o pé", de Dinah Queiroz. Esse texto faz uma intertextualidade com o texto bíblico que abre o Evangelho Segundo João: "No princípio era o verbo". Nesse texto, a autora denuncia os problemas referentes ao transporte público, mostrando o preconceito social deste à colonização brasileira.

Segue abaixo o referido texto e as questões exploradas pelos alunos:


Romeiros subindo a ladeiro da Horto - Juazeiro do Norte
Fonte: http://www.flickr.com/photos/13198523@N07/1468829081/



NO COMEÇO ERA O PÉ
Dinah Silveira de Queiroz


Sim, no começo era o pé. Se está provado, por descobertas arqueológicas, que há sete mil anos estes brasis já eram habitados, pensai nestas legiões e legiões de pés que palmilharam nosso território. E pensai nestes passos, primeiro sem destinos, machados de pedra abrindo as iniciais picadas na floresta. E nos pés dos que subiam às rochas distantes, já feitos pedra também; e nos que se enfeitaram de penas e receberam as primeiras botas dos conquistadores e as primeiras sandálias dos pregadores; pés barrentos, nus, ou enrolados de panos de caminheiros, pés sobre-humanos dos bandeirantes que alargaram um império, quase sempre arrastando passos e mais passos em chãos desconhecidos, dos marinheiros de barcos primitivos e dos que subiram os mastros das grandes naus. Depois, o Brasil se fez sedentário numa parte de seu povo. Houve os pés descalços que carregaram os pés calçados, pelas estradas. A moleza das sinhazinhas de pequeninos pés redondos, quase dispensáveis pela falta de exercício. E depois das cadeirinhas, das carruagens, das redes carregadas por escravos, as primeiras grandes estradas já com postos de montaria organizados, o pedágio de vinténs estabelecido já no século XVIII. Mas além da abertura dos portos, depois da primeira etapa da industrialização, com os navios a vapor, as estradas de ferro, o pé de sete milênios da Terra do Brasil ainda faz seu caminho. Há pouco, numa das mais belas rodovias (a chamada “Circuito das Águas”), vi comovida, à beira dos largos caminhos cimentados por onde flui novo progresso, ainda legiões de pés caboclos: o marido, a mulher, seus baús, suas crianças, uma velha fechando a pequena caravana. Inundados pela fumaceira dos grandes caminhões pejados de mantimentos ou de objetos de consumo, esses brasileiros recordavam, no mundo do Desenvolvimento, sete mil anos de andanças a pé. Eram vários, que buscavam novos destinos, estavam marginalizados física e socialmente na era da escalada dos transportes só os estudantes em férias, os escoteiros, conhecerão a aventura de se transportar a pé. As rodovias riscam o Brasil de um varejar de progresso que se ramifica e se entrecruza. As estradas de ferro, as rotas dos aviões conduzem mais e mais gente, mais e mais riquezas. Por enquanto, porém, ainda podeis dizer: No começo era o pé – e ainda hoje, para multidões obscuras de brasileiros não incorporados à realidade cada vez mais esmagadora do progresso nos transportes, ainda hoje, humilde, persistente, vadiando pelos confins do Brasil ou caminhando certo para o bem-estar de uma família, ainda hoje é o pé.

Questões exploradas pelos alunos
01. O que se entende pela expressão “no começo”, contida no título do texto?

02. O que a autora quis expressar com o plural “brasis”?

03. A quem se refere o texto com as expressões:

a) “pés sobre-humanos”
b) “pés descalços”
c) “pés calçados”
d) “pés redondos”

04. Explique: “... Esses brasileiros recordavam, no mundo do desenvolvimento, sete mil anos de andanças a pé.” 

05. Aponte duas passagens do texto que podem ser consideradas como crítica social.

06. Explique a comparação que a autora faz entre os pés dos primeiros habitantes brasileiros às pedras. “E nos pés dos que subiam às rochas distantes, já feitos pedra também.”

07. De que trata a seguinte passagem do texto: “... e nos que se enfeitaram de penas e receberam as primeiras botas dos conquistadores e as primeira sandálias dos pregadores.”

08. Explique: “Depois o Brasil se fez sedentário numa parte do seu povo.”

09. Você concorda com a autora quando ela afirma que existem milhares de brasileiros marginalizados física e socialmente na era dos transportes? Justifique.

10. Por que, segundo a autora, ainda não se pode dizer “no começo era o pé”?


Sínteses Integradoras

domingo, 3 de outubro de 2010

O que é amizade?!

Infelizmente temos um costume feio, muito feio, de só valorizar as pessoas que temos quando as perdemos. Eu só pude dar conta do quanto meus amigos professores e alunos me queriam bem e do quanto eu os amava quando decidi trocar de escola. No entanto, não precisei perdê-los. Pude repensar minha decisão e retificá-la. E estou muito feliz por isso.

Compartilho com vocês uma mensagem da Prof. Andrea Façanha, que demonstra o que é, de fato, uma amizade. É uma história em quadrinhos do nosso grande Maurício de Sousa.

Para visualização dos quadrinhos em tamanho maior, acesse o link:

Agradeço a todos vocês, de coração, pela demonstração de carinho e amizade. Comprometo-me a dar o melhor de mim para continuarmos realizando grandes feitos junto aos nossos alunos de ProJovem Urbano do Zila Belém e enfrentarmos sempre na mesma força as dificuldades que forem surgindo ao longo desta jornada.

Árvore de Amigos...

 Existem pessoas em nossas vidas que nos deixam felizes pelo simples fato de terem cruzado o nosso caminho.

Algumas percorrem ao nosso lado, vendo muitas luas passarem, mas outras apenas vemos entre um passo e outro.

A todas elas chamamos de
amigo.

Há muitos tipos de amigos.

Talvez cada folha de uma árvore caracterize um deles.

O primeiro que nasce do broto é o amigo pai e o amigo mãe.

Mostram o que é ter vida.

Depois vem o amigo irmão, com quem dividimos o nosso espaço para que ele floresça como nós.

Passamos a conhecer toda a família de folhas, a qual respeitamos e desejamos o bem.

Mas o destino nos apresenta outros amigos, os quais não sabíamos que iam cruzar o nosso caminho.

Muitos desses denominados amigos do peito, do coração.

São sinceros, são verdadeiros.

Sabem quando não estamos bem, sabem o que nos faz feliz...

Às vezes, um desses amigos do peito estala o nosso coração e então é chamado de amigo namorado.

Esse dá brilho aos nossos olhos, música aos nossos lábios, pulos aos nossos pés.

Mas também há aqueles amigos por um tempo, talvez umas férias ou mesmo um dia ou uma hora.

Esses costumam colocar muitos sorrisos na nossa face, durante o tempo que estamos por perto.

Falando em perto, não podemos esquecer dos amigos distantes.

Aqueles que ficam nas pontas dos galhos, mas que, quando o vento sopra, sempre aparecem novamente entre uma folha e outra.

O tempo passa, o verão se vai, o outono se aproxima, e perdemos algumas de nossas folhas.

Algumas nascem num outro verão e outras permanecem por muitas estações.

Mas o que nos deixa mais feliz é que as que caíram continuam por perto, continuam alimentando a nossa raiz com alegria.

Lembranças de momentos maravilhosos enquanto cruzavam com o nosso caminho.

Desejo todos vocês, folhas da minha árvore, Paz, Amor, Saúde, Sucesso, Prosperidade... Hoje e Sempre... simplesmente porque:

Cada pessoa que passa em nossa vida é única.

Sempre deixa um pouco de si e leva um pouco de nós.
Há os que levaram muito, mas não há os que não deixaram nada.

Esta é a maior responsabilidade de nossa vida e a prova evidente de que as pessoas não se encontram por acaso.